Ispa N1 Minuto | Newsletter #46 – Outubro 2024

Os diagnósticos em saúde mental não são estratégias de desresponsabilização

Maria João Vargas Moniz, Professora do Ispa – Instituto Universitário

Sempre que emergem nos vários meios de comunicação ou redes sociais notícias de crimes, episódios de violência pontual ou reiterada ou eventos de desordem pública, são frequentemente invocados diagnósticos em saúde mental para justificar tais acontecimentos. Os diagnósticos analisados amiúde nos vários debates e análises públicas acerca das pessoas envolvidas procuram justificar os crimes ou eventos como fenómenos autoexplicativos, isto é, o diagnóstico é a causa e a consequência dos fenómenos observados.

Nestas circunstâncias são obliteradas as consequências profundas destas notícias na vida das pessoas que, tendo um ou mais diagnósticos em saúde mental, não cometem nem cometeram qualquer tipo de crime, mas que são, talvez inadvertidamente, associadas a características ou traços de potencial de violência, de criminalidade ou de desordem pública. Perpetuam-se desta forma o estigma face às pessoas com doença mental, as situações de isolamento social e exclusão, as formas de inacesso a recursos das várias esferas sociais (habitação, educação, emprego ou outros).

Falamos, estudamos, investigamos nas áreas da integração, proteção e promoção dos Direitos Humanos, falamos sobre a importância da saúde mental, mas retratamos constantemente, mesmo os profissionais especializados na saúde mental, que os diagnósticos explicam e concluem os argumentos explicativos das situações de violência ou desordem.

A investigação sobre a incidência de criminalidade na população com experiências vividas de doença mental, aponta para uma maior probabilidade de serem vítimas de abuso, físico, sexual, discriminação do que perpetradoras de crimes ou episódios de desordem pública.

As pessoas que cometam crimes e que estejam diagnosticadas com alguma problemática de saúde mental devem ter a oportunidade de defesa e de contraditório nas instâncias judiciais e receber com transparência e clareza, depois de escrutinados os factos, as eventuais sentenças dando à justiça a oportunidade de funcionar em igualdade de circunstâncias perante a lei em vigor, para que se não promova uma cultura de não-responsabilização.

Importa, desta forma que sejamos mais cautelosos, menos estigmatizantes e que reflitamos no impacto das nossas apreciações críticas sobre as pessoas que vivem com diagnósticos em saúde mental. Importa que não sejamos mais um contributo para que as comunidades e as sociedades sejam mais intolerantes e mais incapazes de promover a equidade e a diversidade humana.

Sara Malcato é psicóloga clínica e sexóloga, com formação em terapia de casal. É coordenadora dos serviços da Associação ILGA Portugal, exerce prática privada, é formadora e participa regularmente nos meios de comunicação social, nomeadamente no programa Casados à Primeira Vista, da SIC.

Continuar a Ler

Nome completo
Sara Maria Mendes Malcato
Idade
38
Situação familiar (casado? filhos?)
Vivo em união de facto e tenho dois filhos, o Diogo de 6 anos e a Mariana com 1 ano e meio.
Local de nascimento?
Lisboa.
Foi aí que cresceu?
Sim, alfacinha de gema, nascida e criada.
Se pudesse reviver algo da sua infância, o que seria?
As viagens em família. A minha família (pai+mãe+3 irmãs) sempre viajou nas férias e, apesar de serem momentos em que havia tensão, caos e discórdia, também existia cumplicidade, e conexão, e por isso, são momentos que recordo com muito carinho e que me fizeram conhecer outros mundos, conseguindo também dar significado ao meu mundo.
Lugar preferido?
Atualmente, é a minha casa. É o sítio onde me sinto mais amada e segura, e onde me sinto mais plena.
Tem algum passatempo? E “mania”?
O meu filho diria “que sou viciada em passear”. Gosto de coisas banais, ler, ouvir música, ir ao ginásio. Uma mania que tenho é de cantar no banho e enquanto me arranjo. Adoro ligar o telemóvel à coluna e dar pequenos concertos em frente ao espelho.
Uma coisa que faz melhor do que ninguém?
Dar formação. Acho que sou boa comunicadora, e que as formações que dou conseguem ser cativantes, mesmo quando os temas são aborrecidos.
O que a fascina?
A luta pelos Direitos Humanos. Sou uma mulher feminista, ativista, antirracista, e a luta pela igualdade é algo que me fascina e que, inclusivamente, tem pautado o meu percurso profissional.
O que os outros gostam em si?
Acho que gostam da minha doçura. Creio que tenho um bom equilíbrio entre assertividade e doçura e que estas são características apreciadas. Foram características que trabalhei em psicoterapia individual, porque esta doçura resvalava facilmente para a permissividade, e a psicoterapia individual ajudou-me a conseguir ser doce, mas assertiva a impor limites.
E o que gostam menos?
A minha teimosia.
O que queria ser quando era pequena?
Atriz, cantora e dançarina.
Como foi a sua formação e porque escolheu essa área?
Eu licenciei-me em serviço social, mas não gostei. Sempre soube que queria trabalhar com pessoas, mas a profissão de assistente social não era o suficiente. Queria algo mais profundo. Nesta altura, estava também a descobrir-me nas relações amorosas e sexuais, e falava muito sobre estes temas com as pessoas à minha volta, o que me levou a perceber que havia ainda uma enorme discrepância no acesso à saúde sexual, dificuldades sexuais, dificuldades nas relações, e acima de tudo uma falta de liberdade e de direito ao prazer, aguçando o meu interesse por esta área e fomentando a minha vontade de construir uma carreira na área da sexologia clínica.
Foi influenciada pelos seus pais ou familiares, nesta escolha?
Sim, o meu pai sempre disse que eu iria ser psicóloga. Não é uma profissão que tenha existido previamente na minha família, mas era o que ele me via a fazer, mas eu achava que não. No secundário nem colocava essa hipótese. Esta possibilidade só surge mais tarde, quando percebi que teria de me formar em psicologia, para poder vir a ser sexóloga.
Como é que iniciou a sua carreira profissional, e como foi esta correndo?
Fiz o estágio curricular na Associação ILGA Portugal, já era voluntária na associação e surgiu essa oportunidade. A partir daí, fui ficando na associação. Fiz lá o meu ano profissional júnior, que tinha outro nome, na minha altura, e fizeram-me a proposta de ficar como psicóloga clínica, e fui progredindo e fazendo a minha carreira profissional ligada a esta área, que acumulava duas dimensões do meu interesse, os Direitos Humanos e a sexologia. Aprendi muito, e devo grande parte da minha carreira à ILGA. Entretanto, fiz uma especialização avançada em sexologia clínica e terapia de casal, e fiz a formação da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica, para ser sexóloga, que é a minha área de interesse dentro da psicologia.
Como chegou ao Ispa?
Não houve muitas dúvidas. Quando decidi que queria ser psicóloga, o Ispa foi logo a minha primeira escolha, pelo seu prestígio e pela sua história.
Maior orgulho, em termos profissionais?
Concluir a formação em Sexologia Clínica.
Qual o maior obstáculo profissional que enfrentou?
Acho que o estou a enfrentar neste momento. O facto de estarmos a assistir a um retrocesso da nossa liberdade e democracia, em que o discurso de ódio é proliferado publicamente, de forma irresponsável e por parte de atores políticos, que no ano em que festejamos os 50 anos do 25 de abril, elegemos 50 deputados de um partido de extrema-direita, não augura uma leveza no que toca a saúde mental de muitas pessoas. Este retrocesso civilizacional é um obstáculo profundo.
O que mais a motiva, profissionalmente?
O privilégio de acompanhar as histórias e as conquistas das pessoas que acompanho. A beleza que existe na confiança e na vulnerabilidade da relação terapêutica é um motivador diário. Saber que em conjunto, nesta relação tão única, construímos algo especial!
Se tivesse sido algo completamente diferente, o que teria sido?
Apresentadora de televisão.
Tem sonhos?
Sim, tenho vários, mas creio que o maior de todos é ter a oportunidade de acompanhar o crescimento dos meus filhos. Gostava que esta família que estou a construir todos os dias, se mantivesse coesa, saudável e cheia de amor.
Gostava de voltar a estudar?
Acho que nesta profissão, nunca deixamos de estudar. Eu não deixei de estudar. Tenho feito várias formações, inclusivamente no Ispa, e, confesso, que adoro fazer formações. Os momentos de aprendizagem são fundamentais.
Último livro que leu?
“Nós”, de Terrence Real.
Filme preferido?
Eu adoro filmes da Disney, e o meu preferido é “O Corcunda de Notre Dame”.
Música preferida?
É difícil escolher uma, mas as bandas preferidas são Bon Jovi e Spice Girls. Fiquei presa nos anos 90.
Imagem preferida?
Arco-íris.
O que é ser do Ispa?
É ter a garantia de que tenho colegas com boa formação, conhecimento e técnica. É fazer parte de uma família.
Que pergunta gostava que lhe fizessem?
Que ótima pergunta. Não sei responder.
Talvez “Aceita ser professora no Ispa?” ; )

Entre Espadas e Cicatrizes: A História Oculta da Auto-lesão e o Eco da Violência Cultural

Eva Duarte, Professora do Ispa – Instituto Universitário

Uma das primeiras referências históricas ao fenómeno da auto-lesão consiste num relato do historiador Heródoto, datado do século V a.C., onde este descreve a morte de um líder espartano. De acordo com este registo, o Rei Cleómenes I de Esparta, após um notável percurso pessoal de expansão militar e estratégia geopolítica, teria sido preso devido à sua crescente insanidade, que comprometeria o seu papel de poder.

Continuar a Ler

Fontes complementares afirmam que este exílio teria também sido motivado pela controvérsia que rodeou a sua governação, principalmente no final da sua vida, em que enfrentou a resistência das elites espartanas devido ao seu autoritarismo e às acusações de corrupção. Heródoto escreve que Cleómenes teria sofrido uma crise de loucura que o levava a bater com um bastão na cara de quem cruzasse o seu caminho e que, para prevenir estes ataques, os seus familiares teriam pedido que o acorrentassem a um tronco. Contudo, um dia, quando estava sob a vigilância de apenas um criado, pediu-lhe uma faca, ameaçando-o e coagindo-o. Ao receber a faca, Cleómenes começou a mutilar-se; primeiro nas canelas, depois nas pernas, subindo até às coxas, aos flancos, até chegar ao ventre e, continuando a rasgar a própria carne, morrendo. Outras fontes acrescentam ainda que o antigo rei se riu na própria dor enquanto desfalecia. Este gesto foi considerado como um brutal suicídio motivado pela insanidade que teria dominado a mente deste homem, embora outras leituras históricas ofereçam versões alternativas de homicídio político. Olhando para a contextualização sociocultural da época deste acontecimento, esta loucura foi vista como consequência de maldições passadas, retribuição divina, ou mesmo envenenamento gradual por não diluir o vinho com água. Ao longo da História, diferentes registos continuaram a documentar a prática de comportamentos auto-lesivos, especialmente em rituais integrados em contextos espirituais, como ritos iniciáticos e práticas religiosas multiculturais. Nos dias de hoje, contudo, estes comportamentos ressignificaram-se. Com o aumento da sua prevalência, especialmente em adolescentes inseridos na sociedade Ocidental, este fenómeno passou a ser visto sob uma nova perspetiva clínica e psicológica, enquanto comunicação individual de sofrimento e estratégia de auto-regulação emocional. Somos herdeiros do legado histórico de uma cultura de violência, glorificando-a como símbolo de força e de coragem, e olhando para o consequente sofrimento como forma de resiliência e auto-superação. A violência simbólica, relembrando o conceito de Pierre Bourdieu, filtra-nos o contacto com o outro e normaliza o desequilíbrio, contribuindo para um impercetível ciclo de reprodução das desigualdades sociais. Talvez nos possamos questionar se a violência não se terá assim tornado um lugar confortável, conhecido, algures entre as conquistas políticas de Cleómenes e a sua loucura auto-destruidora, entre a ritualidade da dor física e o mito da inadequação adolescente.

International Conference on Developmental and Life-course Criminology

O Ispa – Instituto Universitário organiza a International Conference on Developmental and Life-course Criminology, uma oportunidade para explorar novas abordagens na prevenção criminal ao longo do ciclo de vida. Entre os participantes, destaca-se o professor Miguel Basto Pereira, coordenador do inovador projeto ChainPrevent, que investiga sequências de risco no desenvolvimento de comportamentos antissociais. A conferência contará também com especialistas internacionais como o professor David Farrington e o professor Darrick Jolliffe.

04 de novembro | 09h30 | Auditório Armando Castro do Ispa – Instituto Universitário | Por inscrição

Mais informações

7 de novembro | Auditório Armando Castro

Sessão Solene de Abertura do Ano Letivo 2024/2025

A Reitora do Ispa, Professora Doutora Isabel Leal, convida a comunidade académica para a Sessão Solene de Abertura do Ano Letivo 2024/2025, no Auditório Armando Castro. O evento contará com a Lição de Sapiência da Professora Marian Bakermans-Kranenburg, intitulada “Never the Same (and That’s No Shame) New Insights through Replication,” e homenagens aos novos docentes e aos estudantes com melhor aproveitamento de 2022/2023.

07 de novembro | 10h30 | Auditório Armado Castro do Ispa – Instituto Universitário | Entrada Livre

Mais informações

Na imagem lê-se: "A Fuga - António Faria, 07 de novemro, 13hs. Galeria Malangatana, Ispa.

Exposição | A Fuga

O Ispa – Instituto Universitário inaugura uma obra singular que desafia as fronteiras entre o espaço físico e o mental. A instalação “A Fuga”, do artista António Faria, ergue-se como um labirinto ao estilo de Escher na Galeria Malangatana, convidando os visitantes a embarcarem numa experiência imersiva onde a arquitetura se entrelaça com os mistérios da mente humana. Combinando escalas, formas e contrastes entre luz e sombra, a obra explora temas de melancolia, silêncio e renascimento, sublinhando a arte como um caminho de introspeção e potencial redenção. Uma viagem estética e simbólica que promete surpreender e inspirar. A mostra mantém-se até ao final de janeiro de 2025.

07 de novembro | 13h | Galeria Malangatana do Ispa – Instituto Universitário | Entrada Livre

Mais informações

Ciclo “Novas Profissões em Ciências Cognitivas e do Comportamento”: Entender a Experiência do Utilizador (UX) através de princípios da Ciência Cognitiva

Conferência | Entender a Experiência do Utilizador (UX) através de princípios da Ciência Cognitiva

O Ispa – Instituto Universitário recebe a sessão “Entender a Experiência do Utilizador (UX) através de princípios da Ciência Cognitiva”, integrada no ciclo “Novas Profissões em Ciências Cognitivas e do Comportamento”. A conferência será apresentada por Susana Vilaça, UX Researcher e líder de investigação na Springer Nature, que trabalha na área desde 2009.

18 de novembro | 17h30 | Sala de Atos do Ispa – Instituto Universitário | Entrada Livre

Mais informações

O enriquecimento ambiental é uma prática que melhora o bem-estar dos animais, proporcionando estímulos físicos e mentais. Estas práticas previnem o tédio e reduzem comportamentos indesejados.

A pós-graduação em Promoção do Bem-Estar Animal apresenta técnicas de enriquecimento ambiental que podem ser aplicadas em diferentes contextos, como zoológicos e oceanários. 🧩🐶

Candidate-se à Pós-Graduação durante a 3ª. fase e aproveite ofertas exclusivas.

Candidate-se

O mindfulness é uma prática que ajuda a aumentar a consciência e a presença no momento.

Para psicólogos e psicoterapeutas, integrar o mindfulness nas suas rotinas pode melhorar a capacidade de concentração, reduzir o stress e aumentar a empatia com os clientes. 🌿

O curso “Relaxamento, Mindfulness e Meditação para Psicólogos e Psicoterapeutas” capacita profissionais para aplicar técnicas de mindfulness no seu autocuidado para se tornarem terapeutas mais eficazes. Botão

Inscreva-se

A família desempenha um papel crucial na promoção da saúde mental, principalmente das crianças. Ambientes familiares positivos e de apoio são fundamentais para o seu desenvolvimento emocional saudável.

O curso “Papel da Família, Comunidade, Amigos e Escola na Promoção da Saúde Mental” oferece estratégias para fortalecer as relações familiares e criar um ambiente doméstico que promova o bem-estar psicológico.

Inscreva-se

Professora Doutora Isabel Leal reconduzida como Reitora do Ispa

A Professora Doutora Isabel Leal foi reconduzida como Reitora do Ispa – Instituto Universitário, dando continuidade ao seu trabalho na liderança da instituição, função que exerce desde 2021. Psicóloga clínica, investigadora e docente de longa data, Isabel Leal é reconhecida pelo seu contributo na área da saúde mental em Portugal, e a sua atuação tem sido fundamental para o fortalecimento académico e científico do Ispa. Neste novo mandato, assume o compromisso de impulsionar a inovação pedagógica e a excelência académica, reforçando o papel do Ispa como instituição de referência no ensino e na investigação em psicologia e ciências do comportamento.

Ler Mais

Ispa e APPsyCI lançam UNI-R para promover bem-estar e saúde mental dos estudantes

O Ispa, em parceria com a APPsyCi – Applied Psychology Research Center, lançou o projeto UNI_R, uma iniciativa inovadora para promover o bem-estar e a saúde mental dos estudantes universitários. Este projeto visa criar uma rede de apoio onde os alunos podem encontrar ferramentas, recursos e apoio especializado, ajudando-os a enfrentar os desafios emocionais e académicos com mais resiliência e equilíbrio. Com o UNI_R, o Ispa reafirma o seu compromisso com a saúde mental e o sucesso dos seus estudantes, proporcionando um ambiente académico mais saudável e inclusivo.

Ler Mais

Ana Filipa Rodrigues conclui Doutoramento em Psicologia

Para ver este conteúdo deve aceitar a utilização cookies: Definições de cookies

O Serviço de Candidaturas & Atendimento Académico tem como objetivo um contacto mais próximo e facilitado com os seus estudantes e candidatos, gerindo vários canais de atendimento, nomeadamente atendimento remoto.

Podem contactar-nos através de:
candidaturas@ispa.pt | sa@ispa.pt
Atendimento +351 218 811 700 (opção 1 e 2)
Segunda a sexta-feira 09h00 às 13h00 e 14h30 às 18h00
WhatsApp 910 873 413


Quer receber novidades do Ispa no seu email? Subscreva aqui a nossa Newsletter.


Ispa N1 Minuto #45
Ispa N1 Minuto #44
Ispa N1 Minuto #43
Ispa N1 Minuto #42
Ispa N1 Minuto #41
Ispa N1 Minuto #40
Ispa N1 Minuto #39
Ispa N1 Minuto #38
Ispa N1 Minuto #37
Ispa N1 Minuto #36
Ispa N1 Minuto #35
Ispa N1 Minuto #34
Ispa N1 Minuto #33
Ispa N1 Minuto #32
Ispa N1 Minuto #31
Ispa N1 Minuto #30
Ispa N1 Minuto #29
Ispa N1 Minuto #28
Ispa N1 Minuto # 27
Ispa N1 Minuto # 26
Ispa N1 Minuto # 25
Ispa N1 Minuto # 24
Ispa N1 Minuto # 23
Ispa N1 Minuto # 22
Ispa N1 Minuto # 21
Ispa N1 Minuto # 20
Ispa N1 Minuto # 19
Ispa N1 Minuto # 18
Ispa N1 Minuto # 17
Ispa N1 Minuto # 16
Ispa N1 Minuto # 15
Ispa N1 Minuto # 14
Ispa N1 Minuto # 13
Ispa N1 Minuto # 12
Ispa N1 Minuto # 11
Ispa N1 Minuto # 10
Ispa N1 Minuto # 9
Ispa N1 Minuto # 8
Ispa N1 Minuto # 7
Ispa N1 Minuto # 6
Ispa N1 Minuto # 5
Ispa N1 Minuto # 4
Ispa N1 Minuto # 3
Ispa N1 Minuto Edição Especial de Natal
Ispa N1 Minuto # 2
Ispa N1 Minuto # 1


Ispa N1 Minuto #42
Ispa N1 Minuto #41
Ispa N1 Minuto #40
Ispa N1 Minuto #39
Ispa N1 Minuto #38
Ispa N1 Minuto #37
Ispa N1 Minuto #36
Ispa N1 Minuto #35
Ispa N1 Minuto #34
Ispa N1 Minuto #33
Ispa N1 Minuto #32
Ispa N1 Minuto #31
Ispa N1 Minuto #30
Ispa N1 Minuto #29
Ispa N1 Minuto #28
Ispa N1 Minuto # 27
Ispa N1 Minuto # 26
Ispa N1 Minuto # 25
Ispa N1 Minuto # 24
Ispa N1 Minuto # 23
Ispa N1 Minuto # 22
Ispa N1 Minuto # 21
Ispa N1 Minuto # 20
Ispa N1 Minuto # 19
Ispa N1 Minuto # 18
Ispa N1 Minuto # 17
Ispa N1 Minuto # 16
Ispa N1 Minuto # 15
Ispa N1 Minuto # 14
Ispa N1 Minuto # 13
Ispa N1 Minuto # 12
Ispa N1 Minuto # 11
Ispa N1 Minuto # 10
Ispa N1 Minuto # 9
Ispa N1 Minuto # 8
Ispa N1 Minuto # 7
Ispa N1 Minuto # 6
Ispa N1 Minuto # 5
Ispa N1 Minuto # 4
Ispa N1 Minuto # 3
Ispa N1 Minuto Edição Especial de Natal
Ispa N1 Minuto # 2
Ispa N1 Minuto # 1