O Ano Novo ou uma ilusão teimosamente persistente
Rui Oliveira, Professor do Ispa – Instituto Universitário
O início de cada ano é um período marcado por uma maior consciência da nossa temporalidade. Fazemos balanços do ano que termina, planos para o que se inicia e inevitavelmente recordamos episódios significativos da nossa existência. Encontramo-nos por esta altura particularmente despertos para a nossa experiência fenomenológica do tempo, o que muitas vezes proporciona autorreflexões sobre a própria natureza do tempo, e que me leva a recordar o mais famoso debate sobre este tema, que decorreu a 6 de abril de 1922, no Collège de France, em Paris. De um lado Albert Einstein, apresentava as suas ideias sobre o tempo físico baseadas na teoria da relatividade que havia recentemente (em 1915) enunciado. Do outro lado, Henri Bergson, filósofo e escritor francês, vencedor do Prémio Nobel da Literatura de 1927, defendia uma visão metafísica do tempo, com a sua noção de durée como uma experiência pessoal do tempo.
Afirmava Einstein que o tempo não existe enquanto variável independente, fazendo antes parte um espaço vetorial quadridimensional, designado espaço-tempo, no qual passado, presente e futuro são igualmente reais e existem simultaneamente. Segundo ele “a distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão teimosamente persistente”. A teoria metafísica decorrente desta visão, conhecida como universo em bloco, propõe que cada um de nós existe simultaneamente em diferentes partes do espaço-tempo o qual contém todos os eventos que já aconteceram e os que ainda virão a acontecer. No entanto, apenas cada momento está absolutamente presente de cada vez, de tal modo que passado e futuro são tão reais como o presente, mas estão-nos inacessíveis porque estamos agora num ponto diferente do espaço-tempo, impossibilitados assim de viajar no tempo e criando a “ilusão teimosamente persistente” de Einstein. Contrapunha Bergson que o tempo corresponde à continuidade da nossa vida interior, que não pode ser decomposto numa sequência de quantidades discretas, mas constitui antes um fluxo existencial que se traduz numa experiência pessoal de duração do sujeito (Eu) no tempo. Deste modo o tempo é uma experiência consciente que não é redutível a relações métricas como sejam a ordem temporal, a simultaneidade ou uma duração cronológica. Esta visão do tempo levou-o a afirmar a impossibilidade epistemológica da teoria da relatividade, que culminou neste famoso debate público. Estas duas visões antagónicas sobre a natureza do tempo são ilustrativas do fosso criado durante o século XX entre Ciência e Humanidades, com a visão de Einstein a tornar-se predominante, embora Bergson continue a ter grande influência no pensamento filosófico contemporâneo e nas Artes.
O estudo sistemático da perceção do tempo nas áreas da Psicologia e das Neurociências, que levou à descoberta da existência de relógios internos que podem ser acertados pela perceção de estímulos, quer externos quer internos (emoções), veio permitir uma perspetiva integradora entre a “ilusão” de passado-presente-futuro de Einstein e a visão dinâmica de durée como tempo-consciência de Bergson. De acordo com o conhecimento atual das neurociências, processos emocionais ancorados na perceção de estados internos, os quais são em grande medida processados no córtex insular, regulam de um modo determinante a experiência do tempo e o julgamento explícito da sua duração. O tempo psicológico, iminentemente subjetivo, resulta assim da integração constante de sinais somáticos que geram a experiência de um Eu emocional num contínuo de autoconsciência. Estar numa escola como o Ispa – Instituto Universitário, que se centra na compreensão da mente humana na interceção de ciências naturais e humanas coloca-nos num lugar privilegiado não só de acesso a estes diferentes pontos de vista, mas como eles podem, hoje em dia, ser integrados numa visão unificadora do conhecimento.
Hugo Guerra tem 43 anos e desde 2005 trabalha como psicólogo. Começou o seu percurso profissional como Psicólogo Organizacional num departamento de Recursos Humanos. Ao longo desse período foi acumulando experiência nas áreas da comunicação interna, na formação profissional e do recrutamento e seleção de pessoal.
Em 2010/11 iniciou a atividade de Psicólogo da Saúde após a conclusão do mestrado, da mesma área, no Ispa – Instituto Universitário. A partir desse momento, divide-se entre a saúde ocupacional, a consulta de psicologia em empresas e a prática de psicologia em consultório privado.
Já no ano de 2022 terminou a formação como psicólogo do desporto na Áustria, país onde atualmente vive e trabalha.
A gestão segura e saudável da tecnologia: a importância do fator humano
Ivone Patrão, Professora do Ispa – Instituto Universitário
O fator humano é a fragilidade inevitável no uso seguro e saudável do mundo online. Afinal, o que acontece na gestão do uso da tecnologia no dia-a-dia?
Por um lado, não se quer perder nada do mundo online (fear of missinf out – FOMO) e por outro, há a necessidade de detox digital (joy of missing out – JOMO). Uns ficam em FOMO permanente, e em risco de dependência online, outros em JOMO. Ainda há quem adira a um treino saudável do equilíbrio entre os mundos online e offline, apesar de existir sempre o desafio da exposição a diversos ciber riscos.
Existem riscos ligados a interações negativas online (por exemplo, ciberbulliyng, trolling, gosting, haunting, benching, sexting, catfishing, grooming), e outros riscos relacionados com o uso de plataformas e de sistemas (por exemplo, malware, spyware, hacking, spoofing, ransomware).
Conferência | Research and Practice of Psychotherapeutic Playback Theatre
O Ciclo de Conferências – Ciência, Arte e Transformações apresenta a conferência “Research and Practice of Psychotherapeutic Playback Theatre“ com Shoshi Keisari e António Gonzalez, com moderação de Margarida Pedroso de Lima. O evento tem início às 14h30, na Sala de Atos do Ispa.
2 fevereiro | 14h30 | Sala de Atos do Instituto Universitário.
Entrada livre.
Lançamento do livro “Mãe, a avó é mesmo fixe!” de Filipa da Veiga Pacheco
O livro é baseado num momento da história de vida da autora e pretende colocar o foco na criança (um ser simples na sua complexidade) como parte integrante no processo de mudança na família da pessoa com cancro: a criança sabe que algo está diferente, são mestres em beber os sinais do seu contexto; as crianças têm em si a capacidade de lidar com tudo, desde que bem integradas; e as crianças têm, também elas, o direito de sentir que lhes foi dada a oportunidade de fazerem tudo o que podiam para ajudar (desde o início).
16 fevereiro | 18h | Biblioteca do Instituto Universitário.
Entrada livre.
Car@s Psicólog@s e Psicoterapeutas
Gostaríamos de @ convidar a participar num estudo cujo objetivo é compreender os métodos que os psicólogos e os psicoterapeutas mais aplicam, para promover a melhoria das competências clínicas, ao longo do seu desenvolvimento profissional.
A sua participação é muito importante para desenvolvermos conhecimento sobre a nossa prática profissional.
Para qualquer questão que possa ter sobre o estudo pode contatar daniel.sousa@ispa.pt
A dislexia é uma dificuldade específica de aprendizagem na área da linguagem, caracterizada principalmente por dificuldades na leitura, escrita e ortografia.
Aprenda a identificar os sinais, intervir e avaliar a dislexia com o curso “Dislexia: Avaliação e Intervenção”.
Mais informações
Gostaria de aprender a trabalhar com SPSS?
Neste curso espera-se que os formandos sejam capazes de criar uma base de dados, escolher a metodologia estatística mais adequada para cada situação e interpretar corretamente os resultados obtidos nos outputs do SPSS.
Contratação de Mestre – Biologia
AVISO DE ABERTURA DE PROCEDIMENTO CONCURSAL PARA A CONTRATAÇÃO DE 1 MESTRE (Refª MARE/01/CT/2024)
Concurso para 1 posição de mestre para o exercício de atividades de gestão de investigação científica, em regime de tempo pacial-50%, na área científica Biologia, em regime de contrato de trabalho a termo incerto, ao abrigo do Código do trabalho, aprovado Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro, na sua redação atual, no âmbito das atividades da Unidade de I&D MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (UIDP/04292/2020), financiada por fundos nacionais através da FCT.
O concurso encontra-se aberto de 31 de janeiro de 2024 até 28 de fevereiro, até às 23h00 (hora de Lisboa).
O Serviço de Candidaturas & Atendimento Académico tem como objetivo um contacto mais próximo e facilitado com os seus estudantes e candidatos, gerindo vários canais de atendimento, nomeadamente atendimento remoto.
Podem contactar-nos através de:
candidaturas@ispa.pt | sa@ispa.pt
Atendimento +351 218 811 700 (opção 1 e 2)
Segunda a sexta-feira 09h00 às 13h00 e 14h30 às 18h00
WhatsApp 910 873 413
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