Especialistas em Comportamento
Miguel Roque Dias, Gestor de comunicação do Ispa – Instituto Universitário
Com seis décadas de história, o Ispa mantém a irreverência e a disrupção que marcou Portugal aquando da sua fundação, como a primeira Escola Superior de Psicologia do país. Numa altura em que as preocupações com a saúde mental, com a relação com os outros e com o contexto que nos rodeia estão cada vez mais presentes no quotidiano, o Ispa demarca-se e assume-se como Especialista em Comportamento.
Ao longo dos seus 60 anos, Professores e Investigadores do Ispa desenvolveram e/ou participaram em estudos e projetos que têm hoje impacto direto nas nossas vidas e que nos ajudam a percebermo-nos melhor e também a perceber os outros. Não é só na Psicologia que somos Especialistas em Comportamento: Na área da Educação, o Ispa diferencia-se através dos seus ciclos de estudo em que se destaca a valorização da diferença e das relações de confiança e proximidade, tendo sempre o desenvolvimento da criança no cerne da abordagem pedagógica. Na área da Biologia, solicitamos os nossos estudantes a uma constante descoberta dos organismos e dos ecossistemas que integram, num continuum em que novas hipóteses e teorias sobre o mundo vivo se validam e/ou refutam através de uma investigação de excelência.
Somos agora também Especialistas em Comportamento no mundo digital. O Ispa mostra, mais uma vez, que está na vanguarda e lança a primeira licenciatura do país que alia a Psicologia à análise de dados. A licenciatura de Ciências Cognitivas e do Comportamento arranca este ano letivo de 2023/24 e oferece aos estudantes a oportunidade de ingressarem no mercado de trabalho como UX Researcher e/ou Data Scientist, profissões que estão em franco crescimento.
E porque nós percebemos que os jovens estão constantemente ligados às plataformas digitais, o Ispa acaba de lançar uma campanha que conta com uma comunicação e linguagem adaptadas a um público jovem – com imagens que se relacionam com o seu quotidiano – e assume um posicionamento de conhecimento sobre a forma de gestão da frustração de não compreender alguns comportamentos e poder atuar sobre eles. “Nós percebemos.”
Luísa Carrilho é Psicóloga Clínica, Terapeuta Familiar, Psicoterapeuta Psicanalítica e Professora Universitária. Coordenou investigações que publicou e apresentou em conferências, orientou inúmeros estágios e teses em mestrados e doutoramentos. Assume-se como “uma mulher satisfeita com a vida e com projetos a realizar”.
Terapia Familiar “Fora de Portas”
Mariana Pires de Miranda *
Nos passados dias 22 e 23 de junho, o Ispa – Instituto Universitário, a Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa promoveram conjuntamente o Encontro “Fora de Portas – Terapia Familiar e Intervenção Sistémica com a Comunidade”.
Quando uma profissão descobre a importância da Comunidade, geralmente dá origem a uma subespecialidade, na Psicologia, a Psicologia Comunitária, na Medicina, a Saúde Pública, etc. Em muitos casos, este processo leva a que a subespecialidade referente à Comunidade fique marginalizada em relação à corrente maioritária da disciplina, com, inclusivamente, um decréscimo significativo na interação significativa entre os membros dos dois grupos (Doherty, 2022).
Estreitando esta reflexão para o campo da Terapia Familiar e da Intervenção Sistémica, muitos dos modelos de investigação, intervenção e formação têm-se desenvolvido tendo como referência settings mais classicamente associados a espaços psicoterapêuticos: consultórios privados e clínicas, centros de saúde e hospitais, etc. Em paralelo, a terapia familiar comunitária e os modelos de intervenção com as redes primárias e secundárias têm continuado o seu caminho, trazendo continuamente novos contributos “fora da caixa” a velhas questões psicossociais “fora de portas”, de que são exemplos: Como desenvolver uma escola com a comunidade? Como articular com os tribunais? Como habitar um território? Como intervir com famílias de jovens em acolhimento residencial? E com famílias de acolhimento?
Este encontro foi desenhado exatamente para promover uma reflexão e uma troca de experiências sobre a intervenção clínica e a sua modelagem pelos contextos sociais e institucionais “fora de portas”.
Foi um encontro estruturado a partir de três vértices: a investigação científica, a formação e a intervenção, com mesas que partiram da conceptualização teórica passando pela partilha de experiências em contextos de intervenção muito diversos, terminando com uma reflexão sobre as avenidas de futuro para a intervenção clínica com indivíduos, casais, famílias e comunidades.
Um dos eixos que atravessou as diferentes intervenções foi a necessidade do envolvimento tanto das populações, como dos psicólogos e terapeutas (Rojano, 2004), numa lógica simétrica ao nível do poder e complementar ao nível das competências. Neste sentido, o terapeuta passa a ser também não só sujeito, mas objeto de reflexão. Neste encontro, procuramos aprofundar a reflexão sobre os lugares dos terapeutas familiares numa mesa com uma tripla vertente: do terapeuta em exercício da sua cidadania, o terapeuta em articulação com a produção de conhecimento e a desenvolvimento pessoal e humanidade do próprio terapeuta.
Fica claro depois de um dia com 30 palestrantes, mais de 300 participantes, representando mais de 100 instituições académicas, de intervenção e de formação, que a terapia familiar comunitária não pode estar à margem do corpo central da terapia familiar. Mais, a terapia familiar com a comunidade está numa posição privilegiada para constituir um padrão de referência do que pode ser a disciplina no seu todo. É uma proposta para abolir este lugar “fora de portas” e trazê-lo para “dentro de casa”.
* Professora Auxiliar do Ispa – Instituto Universitário, onde é docente na Licenciatura em Ciências Psicológicas e no Mestrado de Psicologia Clínica; Terapeuta Familiar e Formadora da Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar)
dISPAr Teatro: investigando as ligações entre artes expressivas, terapia e transformação social
António Gonzalez, Rita Barros e Nuno Amarante (APPsyCI, dISPAr Teatro)
O dISPAr Teatro, grupo de Teatro do Ispa, sempre se intitulou um grupo de pesquisa. Esta palavra, pesquisa, sempre teve várias leituras: pesquisa individual de cada pessoa que entra na nossa sala de ensaios, pesquisa teatral, com diversas criações em territórios charneira de diversas escolas teatrais e, mais recentemente, pesquisa científica.
A aposta do dISPAr Teatro no Teatro Playback, através do seu Projeto Eco, tinha assumidamente, desde o início, o objetivo de explorar as ténues fronteiras que este tipo de teatro tem com a psicoterapia e com a intervenção comunitária. O Teatro Playback (TP) é um tipo de teatro improvisado, inspirado no Psicodrama, no Teatro Comunitário e na cultura das narrativas orais, que se baseia nas histórias pessoais dos membros da audiência, para as transformar em objetos artísticos, criados pela equipa de playbackers e músicos. Habitualmente, as performances são únicas, mas há experiências em que um mesmo grupo recebe uma companhia de TP no decorrer de várias sessões.
Numa primeira intervenção a que chamamos “Grupo de Desenvolvimento Pessoal através do Teatro Playback”, estudamos os efeitos que um conjunto de 12 sessões de TP tem nos membros de um grupo fechado, em particular em termos de empatia e experiência de significado. Alguns dos resultados foram publicados em (1) e (2).
Ancorados nestes resultados, submetemos dois projetos a financiamentos diferentes. Como nos interessava, particularmente, trabalhar na área dos Direitos Humanos, submetemos uma candidatura ao Programa Cidadãos Activ@s, financiado pela Fundação EEAgrants, suportado pela Islândia, o Liechtenstein e a Noruega, sendo a Fundação Calouste Gulbenkian e a Fundação Bissaya Barreto as entidades gestoras do programa. O projeto “Dar Palco à Diferença – Incubadora de Companhias de Teatro Playback” foi aprovado e encontra-se em fase de implementação, estando a ser criadas três companhias de TP em três diferentes organizações parceiras, a ILGA Portugal, o Clube Safo e o Ultimacto (grupo de teatro da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa), que farão campanhas de sensibilização aos Direitos Humanos em escolas da Grande Lisboa, abordando temas como os direitos das pessoas LGBTI+, igualdade de género e do racismo, xenofobia e descolonização. Neste momento, verão de 2023, já aconteceram as primeiras campanhas nas escolas, e as seguintes irão 0c0rrer no primeiro período escolar de 2023/24.
A decorrer encontra-se, também, o projeto “Teatro Playback Terapêutico: estudo de impacto”, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (2022.07713-PTDC). Pretendemos formar um grupo de terapeutas de grupo na modalidade de Teatro Playback Terapêutico, e com eles iniciar um conjunto de grupos terapêuticos, tanto em contexto privado como institucional, cujos participantes irão ser avaliados antes de iniciar e no fim das 12 a 15 sessões de terapia, em diferentes variáveis de relevância clínica. Encontramo-nos nesta fase a formar a equipa de terapeutas, com formadores fundadores do Teatro Playback Psicoterapêutico em Israel.
Associado ao projeto que decorre no Ispa, promovido pela APPsyCI, o Ciclo de Conferências “Ciência, Arte e Transformações”, iniciado em junho e que terminará em outubro e abordará temas da investigação psicológica associados a este projeto.
Por fim, o Projeto Eco, iniciou uma colaboração com a equipa do Centro de Estudos e Pesquisa da Operação Nariz Vermelho com o objetivo de conhecer os desafios que o seu elenco de artistas vive nas intervenções em contexto hospitalar. Para tal, o Teatro Playback está a ser utilizado como ferramenta de recolha e devolução de dados. Em breve teremos os primeiros resultados, em forma de artigo científico.
A equipa de investigação da APPsyCI e do dISPAr Teatro estão desta forma a contribuir para a investigação nacional e internacional na área do impacto do Teatro na Saúde e Bem-Estar de indivíduos e grupos (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 3). É uma área que tem vindo a viver um momento de desenvolvimento e expansão particularmente importante e excitante, e que nos permite aliar os nossos interesses enquanto cientistas e criadores e promotores de artes. Convidamos todas as pessoas a acompanhar esta nossa caminhada, seguindo as redes sociais do dISPAr Teatro e da AppsyCI.
(1) Amarante, N., Gonzalez, A.-J., Martins, P., & Gouveia, M. (2020). Significado e empatia: Efeitos de uma intervenção baseada em Teatro Playback. PSICOLOGIA, 34(1), 446-452. https://doi:10.17575/psicologia.v34i1.1681
(2) Gonzalez, A.-J., Xavier, T., Amarante, N., Barros, R., Amaral, B., Bernardino, M., & Lima, M. (2022). Playback Theatre: Group, stories, and stage as elements of change. The Arts in Psychotherapy, 81, 101968. https://doi.org/10.1016/j.aip.2022.101968
Conheça os últimos artigos publicados.
Na última década tem-se verificado um interesse crescente por cursos de formação e especialização em temas da Justiça.
Esta procura resulta de duas vias, profissionais de vários setores da prática da Justiça (Psicólogos, Sociólogos, Assistentes sociais, Juízes, Procuradores, Antropólogos, Advogados), que procuram conhecer mais e melhor os fenómenos criminais, as suas circunstâncias causais e explicativas, os processos de manutenção e desistência do crime, e estratégias de prevenção e intervenção eficazes; e estudantes finalistas de cursos destas diferentes áreas tangenciais ao sistema de Justiça, ou profissionais em situação de procura de emprego, que consideram estas pós-graduações uma mais valia e um complemento importante para a sua formação profissional, e uma forma de tornar os seus currículos mais diferenciados e competitivos na procura de novas oportunidades profissionais.
A psicologia forense encontra-se na interface entre a psicologia e o direito, procurando dar respostas, no domínio do comportamento humano, ao sistema de Justiça e ao Direito nos mais diversos contextos.
O curso visa proporcionar a aquisição de conhecimentos e o desenvolvimento de competências para o exercício da prática psicológica em contexto forense, integrando duas áreas: a avaliação psicológica forense e a intervenção psicológica com agressores e vítimas.
Em 2050, Portugal será o terceiro país do mundo com mais idosos, segundo as projeções demográficas das entidades de referência, nacionais e internacionais. Face à dimensão desta problemática, a comunidade científica, nos mais diversos domínios do conhecimento, tem vindo a produzir novos conhecimentos com o propósito de ajudar as sociedades a lidar com esta realidade, multifacetada, pluridisciplinar e complexa.
Este curso proporciona uma compreensão avançada e atualizada dos processos de envelhecimento, numa perspetiva multidisciplinar e integrada. Constitui uma mais-valia para quem já trabalha ou que pretende vir a trabalhar em instituições ou equipamentos sociais, tais como lares, centros de dia residências seniores, centros sociais e paroquiais, serviços de apoio domiciliário, cuidados continuados e centros comunitários de apoio a idosos, entre outros.
Esta pós-graduação de especialização tem como objetivo capacitar, desenvolver e aprofundar os conhecimentos dos profissionais nesta área emergente, atualmente integrada no Programa Nacional de Saúde em Portugal.
Visa ainda, proporcionar aos participantes uma compreensão analítica da diversidade de soluções existentes para o desenvolvimento da literacia em saúde em Portugal, dotando-os de um conjunto de conhecimentos, instrumentos e ferramentas para aplicação e adaptação a situações específicas em saúde.
O Serviço de Candidaturas & Atendimento Académico tem como objetivo um contacto mais próximo e facilitado com os seus estudantes e candidatos, gerindo vários canais de atendimento, nomeadamente atendimento remoto.
Podem contactar-nos através de:
candidaturas@ispa.pt | sa@ispa.pt
Atendimento +351 218 811 700 (opção 1 e 2)
Segunda a sexta-feira 09h00 às 13h00 e 14h30 às 18h00
WhatsApp 910 873 413
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Ispa N1 Minuto Edição Especial de Natal
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