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Exposição | A Fuga
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A exposição Obliquidades, fendas & cosmos na pintura de Teresa Almeida Rocha, promovida pelo Centro Cultural Aziz Ab’Saber do Ispa – Instituto Universitário, está patente desde dia 1 de julho, na Galeria Malangatana.
A pintura de Teresa Almeida Rocha convoca-nos para um refinamento pictural, num afã contínuo de exploração de formas e cores, que vai urdindo uma série de pontos cardeais, tais como: o despojamento, a tensão entre a mansuetude e a dramaticidade, a demanda das funduras do Eu e de camadas assentes numa dinâmica pulsional que abre as gavetas arrancadas ao bolor ou à fronteira do medo do inconsciente, o enfrentamento do espaço pictórico como deserto onde assomam as pegadas da escrita, da poesia, sobretudo em telas cujos elementos caligráficos atestam o logos da pintura: uma pintura tornada espaço de escrita, esbatendo, assim, fronteiras obsoletas Pinturas que surdem de um exercício livre e, sobremaneira, instintivo, nelas fulgindo o jogo visual da justaposição heurística que surpreende pela confluência de acordes com fundos harmónicos de vibrante efeito estético e não abstido do contraste entre halos de luz e de sombra. Uma pintura prenhe de obliquidades, como sucede no cortejo de azuis, sobretudo marinhos, pelos quais quase vislumbramos o estuar de embarcações, que singram a pele, orientam e desorientam como as grandes viagens que nos desterritorializam do visto, do sentido, do sedimentado. A predominância de cores quentes e do negro conduzem-nos à espessura do real, à sua iluminação surda a partir do dentro, à passagem pela balança de cada objecto para que lhe sintamos o peso, o volume, detrás das pulsações solares ou nocturnas: batimentos flutuantes: o coração disseminado no imo dos gestos, dos sentidos ocultos que gravitam no interior das telas, entre-abertos. É uma pintura eminentemente sinestésica que ouriça a sensibilidade inteira, com ênfase para uma musicalidade intrínseca que nos leva a mundos-outros e que só na tela se instauram, conferindo à obra desta artista ímpar uma dimensionalidade cósmica, uma existência dada a ver como obra de arte ou, como afirma Klee “a arte torna visível”: “O pintor é o único a ter direito de olhar sobre todas as coisas sem qualquer dever de apreciação.” (Merleau-Ponty). Uma pintura que atravessa a matéria do mundo – Eros & Tánatos, solidão, amor, desejo, pacificação e motim – enterrada, nos interstícios das obras, para além do visível. Na pintura de Teresa Almeida Rocha, o olhar escava a visão, cava fendas & feridas na superfície da percepção Pintura que é: corpo aurático: aberto de Rilke
luís filipe pereira
Curadoria: Rui Oliveira e Teresa Almeida Rocha
Nota biográfica
Teresa Almeida Rocha é docente do Ispa – Instituto Universitário, desde 1992. Investiga no domínio do Desenvolvimento Estético e Educação Artística. Realiza a sua primeira exposição no Ispa – Instituto Universitário no ano 2000, por opção. Coordena o Grupo GIPA – Grupo de Intervenção pela Arte do Ispa.
Para mais informações contacte, por favor, Teresa Almeida Rocha para o e-mail: ximalmeidarocha@gmail.com.
Sobre o Centro Cultural Aziz Ab’Saber do Ispa – Instituto Universitário
Há 20 anos que o Centro Cultural organiza e coordena atividades de caráter cultural, procurando cruzar várias áreas do conhecimento e formas de expressão para assim fazer surgir espaços de reflexão e de diálogo criativo. Nestas duas décadas de programação, o Ispa tem promovido artistas consagrados e emergentes através da organização de exposições de artes visuais, recitais de música erudita, concertos de música contemporânea, ciclos de cinema, atividades em torno da literatura, seja com lançamentos de livros ou conversas com autores, workshops de artes plásticas e, em particular, apoiando o trabalho desenvolvido pelo dISPAr, o grupo de teatro residente do Ispa.
*Imagem: fotografia de Paulo Eduardo Campos da pintura de Teresa Almeida Rocha, 2021, Sem título, acrílico sobre tela, 70 x 50 cm.
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