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Exposição Eurico Gonçalves | Evocação de Percurso: Automatismo Psíquico e Exploração do Acaso

21 Fevereiro 2022 - 18:30h

Galeria Malangatana

Aos noventa anos de idade, no período de confinamento (2020-2021), em que tanto nos tem afectado a pandemia por Covid-19, Eurico realizou (com o apoio técnico da sua mulher, Dalila d’ Alte Rodrigues, na preparação dos suportes) os trabalhos agora expostos. Em pequena escala, evocam algumas das anteriores fases da sua pintura. Neste difícil momento, a Arte tem sido a sua maior terapia.

(Curadoria e textos: Dalila d’ Alte Rodrigues)

O gesto está na origem da linguagem. A linguagem gestual é universal, uma tendência nata do homem para se exprimir. A pintura gestual não ilude. É o que é, na sua expressividade imediata, revelando signos ou arquétipos do inconsciente colectivo, que fazemos instintivamente, desde a infância. Jung demonstrou haver uma grande conformidade entre o gesto impulsivo do homem e o seu estado de espírito. Eurico cedo compreendeu a importância do grafismo infantil, desde a garatuja, reveladora das potencialidades expressivas da personalidade embrionária, por aí se tornando um conhecido especialista.
A sua obra desenvolve-se entre dois vectores constantes: a inocência original e a poética do maravilhoso, numa inter-relação entre o automatismo psíquico e a exploração do acaso.
A trajectória de inegável coerência da obra poética e plástica de Eurico Gonçalves assume aspectos de dimensão onírica no surrealismo, com igual clarividência e lucidez na pintura e na escrita, pelo que se inter-relacionam em todo o seu percurso.
Pintor autodidacta, professor, poeta, ensaísta e crítico de arte, Eurico é um caso singular no panorama artístico e cultural português.

Galeria Malangatana
Ispa – Instituto Universitário
Rua Jardim do Tabaco, 34 | 1149-041 Lisboa


Entrada livre


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Há 20 anos que o Centro Cultural organiza e coordena atividades de caráter cultural, procurando cruzar várias áreas do conhecimento e formas de expressão para assim fazer surgir espaços de reflexão e de diálogo criativo. Nestas duas décadas de programação, o Ispa tem promovido artistas consagrados e emergentes através da organização de exposições de artes visuais, recitais de música erudita, concertos de música contemporânea, ciclos de cinema, atividades em torno da literatura, seja com lançamentos de livros ou conversas com autores, workshops de artes plásticas e, em particular, apoiando o trabalho desenvolvido pelo dISPAr, o grupo de teatro residente do Ispa. 

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