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Exposição | A Fuga

07 Novembro 2024 - 13:00h
07 Nov 2024 a 31 Jan 2025

Galeria Malangatana
Ispa – Instituto Universitário

O Ispa – Instituto Universitário recebe, a partir de 7 de novembro, uma obra singular que desafia as fronteiras entre o espaço físico e o mental. A instalação “A Fuga”, do artista António Faria, ergue-se como um labirinto ao estilo de Escher na Galeria Malangatana, convidando os visitantes a embarcarem numa experiência imersiva onde a arquitetura se entrelaça com os mistérios da mente humana. Combinando escalas, formas e contrastes entre luz e sombra, a obra explora temas de melancolia, silêncio e renascimento, sublinhando a arte como um caminho de introspeção e potencial redenção. Uma viagem estética e simbólica que promete surpreender e inspirar.


“A partir da ideia de labirinto o espectador envolve-se de forma muito íntima com a minha obra”.

António Faria

A Fuga (de António Faria)

“Os labirintos foram usados nos jardins clássicos do século XVII como elementos ornamentais que funcionavam paralelamente como enigmas imersivos de grandes dimensões que instigavam a exploração e também a reflexão.

O desafio colocado a António Faria foi o de construir uma exposição no Ispa em torno do conceito de labirinto, o qual ressoa com a instituição a múltiplos níveis, da arquitetura escheriana do seu espaço físico, à representação metafórica dos meandros da mente humana, seu objeto primal de estudo. O labirinto remete também para o processo de criação artística, o qual extravasou o domínio do retinal e entrou no domínio do enigma, na tentativa contemporânea de criação de significados.

A resposta de António Faria a este desafio é a Fuga!

O Labirinto de António Faria é vertical, pende do céu, contido no teto da galeria do Ispa. Revemo-nos na caveira de grande escala que o contempla a partir da parede que domina a instalação. A presença lateral de paisagens montanhosas convoca as viagens filosóficas de René Daumal pelo Monte Análogo, as escaladas de cada um de nós, inacabadas… E uma vez no centro da instalação, rodamos 180º e vislumbramos por entre o labirinto pendente uma projeção de vídeo com uma paisagem de água cintilante. É a salvação ao nosso alcance. Tal como o mestre Wang-Fô, nos contos orientais de Marguerite Yourcenar, se salva da sentença de morte decretada pelo Imperador entrando numa canoa que ele próprio pinta na paisagem marítima na qual estava a trabalhar, fugindo assim da realidade através da sua própria criação, também António Faria nos indica o caminho da arte como Salvação!

A Fuga de António Faria mostra-nos como a arte nos pode libertar dos nossos labirintos, de como nos pode ajudar nas nossas buscas, e de como questionar é muitas vezes de uma mestria maior do que obter respostas. E, paradoxalmente, a resolução do labirinto que António Faria nos propõe mostra-nos como a estética continua central na busca de significados.”

Rui F. Oliveira

Centro Cultural, Ispa – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas Sociais e da Vida

Biografia

António Faria licenciou-se em 1991 em Comunicação Visual pelo IADE, em Lisboa, onde posteriormente é docente entre 1992 e 1998. Em 2000 frequenta o Curso de Joalharia na Escola Contacto Directo em Lisboa e em 2010 completa o curso avançado de Pintura no Ar.Co. Atualmente é docente na ETIC e tem desenvolvido uma intensa atividade profissional domo designer. Constrói paralelamente uma obra pictórica original exprimindo-se preferencialmente em grandes formatos monocromáticos onde o desenho se lê a ferramenta proeminente do trabalho. Entre 1989 e 2022 expôs em Portugal, Espanha, França, Bélgica, Hungria e Japão onde se destacam a instalação observatório (objeto/desenho) no Museu de Serralves no Porto em 2019, assim como a exposição no Museu do Côa, Foz Côa e a exposição no MNAC em Lisboa, ambas decorridas em 2020. Entre as premiações atribuídas a António Faria salienta-se o segundo Prémio na Bienal Arte Olímpia em Tóquio (2015) e Prémio de excelência na mesma Bienal em 2019.

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