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Conferência | Lições de Pseudociência: Aprender o que Devemos Evitar

21 Novembro 2024 - 17:30h

Sala de Atos

Ispa – Instituto Universitário

O Ispa – Instituto Universitário acolhe a conferência “Lições de Pseudociência: Aprender o que Devemos Evitar”, uma reflexão essencial sobre a importância de distinguir práticas científicas de pseudocientíficas. Ministrada por Leonel Garcia-Marques, professor catedrático da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa e referência na área desde 1985, esta sessão integra o Ciclo de Conferências e promete uma análise rigorosa através da Filosofia da Ciência. A entrada é gratuita, condicionada à lotação do espaço, e está marcada para o próximo dia 21 de novembro, às 17h30.


Sobre o evento:

A distinção entre Ciência e Pseudociência é um dos temas centrais na Filosofia da Ciência, interessando-se por definir quais práticas e conhecimentos podem ser considerados rigorosamente científicos e quais não o são. Esta questão remonta à própria origem do pensamento filosófico, mas adquiriu um foco mais definido no último século, com pensadores como Popper, Kuhn e Lakatos a proporem critérios para diferenciar o que constitui conhecimento científico válido do que deve ser tratado como pseudociência ou metafísica.

Apesar das várias tentativas, esses critérios foram frequentemente criticados e, em alguns casos, abandonados. Por exemplo, o filósofo Larry Laudan, em 1983, sugeriu que a busca por um critério único e universal para distinguir Ciência de Pseudociência havia falhado, defendendo que tal avaliação deve ser feita caso a caso.

Recentemente, alguns pensadores, como Pugliucci (2010) e Maartens (2021), propuseram uma abordagem alternativa, baseada numa perspetiva mais flexível. Em vez de procurarem um único critério absoluto, sugerem inspirar-se em Ludwig Wittgenstein e considerar uma multiplicidade de características para definir a Ciência, sem que nenhuma seja necessariamente obrigatória. A partir desta perspetiva, Leonel Garcia-Marques explora uma lista de possíveis características que, combinadas, permitiriam uma delimitação mais flexível e abrangente.

Maartens sugere ainda que a forma como os pseudocientistas reagem a dados que contradizem as suas teorias pode ser uma chave importante para esta distinção. Assim, o tema apresenta-se como uma investigação sobre os critérios e os métodos que ajudam a proteger a integridade da Ciência, destacando a importância de identificar e prevenir práticas pseudocientíficas, com o objetivo de promover uma ciência mais robusta e rigorosa.

Leonel Garcia-Marques obteve o seu doutoramento em 1993, sob orientação de David L. Hamilton, da Universidade de Califórnia Santa Barbara. É desde 1985, docente da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, onde é atualmente Professor Catedrático e exerceu vários cargos, desde Diretor do Departamento, Presidente dos conselhos Pedagógico e Cientifico e Coordenador do seu Centro de Investigação.

Foi membro do Comité Executivo da European Social Cognition Network, da International Social Cognition Network e do Programa de Doutoramento em Psicologia Social de Lisboa (LISP), tendo um papel relevante como editor e/ou editor associado nas revistas British Journal of Social Psychology, Perspectives in Psychological Science, European Journal of Social Psychology e Personality and Social Psychology Bulletin (cargo de editor atual).

Os seus principais interesses de investigação são em Psicologia (em temas como a interação entre memória e aprendizagem, formação de impressões, estereótipos e processos cognitivos em grupos, design de robôs sociais e relações entre julgamento, tomada de decisão), desenvolvendo igualmente trabalhos em filosofia da ciência e epistemologia da estatística. Os seus trabalhos estão publicados nos principais periódicos dessas áreas.

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